Biografia

Com vocês,
Carlos Malta!

Conhecido como “Escultor do Vento”, o carioca Carlos Malta é multinstrumentista, arranjador, compositor e educador. Um mestre dos sopros que domina toda a família de saxofones e flautas, o clarinete baixo, bem como instrumentos étnicos como o pife brasileiro, o shakuhachi japonês e a di-zi de origem chinesa. Possui um estilo totalmente original e marcante. Seu trabalho ressalta pluralidade e traz um sotaque brasileiro único, presente em toda a sua obra. Em plena atividade, em distintas formações e projetos, há quarenta anos Carlos Malta vem esculpindo seus múltiplos timbres pelo mundo todo, traduzindo através de seu sopro a alma da música do Brasil.

Carlos Malta iniciou sua trajetória profissional em 1978, acompanhando Johnny Alf, Antonio Carlos & Jocafi e Maria Creuza, entre outros. Em 1981, aos 20 anos, entrou para o grupo de Hermeto Pascoal onde permaneceu como solista de instrumentos de sopro por 12 anos, participando da gravação de cinco álbuns e de inúmeros festivais e concertos realizados pelo Brasil e nos quatro cantos do mundo (Nova Iorque, Montreal, Juan les Pins, Hamburgo, Paris, Amsterdam, Vancouver, Pori, Copenhagen, Atenas, Bruxelas, Milão, Viena, Berlim, Munique, Roma, Zagreb, Los Angeles, Londres, Liverpool, Oslo, Estocolmo entre outras tantas cidades.

A partir de 1993, iniciou sua trajetória solo atuando como band líder e como instrumentista em shows e gravações de vários artistas como Edu Lobo, Aldir Blanc, Ivan Lins, Lenine, Caetano Veloso, Paralamas do Sucesso, Paulinho Moska, Guinga, Rosa Passos, Gal Costa, entre outros. Ainda nesse ano, Malta formou um duo com o violoncelista suíço Daniel Pezzotti, com o qual se apresentou no Brasil e no exterior, e com quem lançou o seu primeiro disco de autorais, Rainbow, indicado ao Prêmio Sharp de 1995.

Em 1994, Malta criou os grupos de música instrumental brasileira Coreto Urbano e Pife Muderno. Reunindo os dois grupos no Free Jazz Festival 1997, Rio de Janeiro, fez um show histórico que foi apontado pela crítica especializada como um dos melhores do ano.

O grupo Carlos Malta e Pife Muderno segue em plena atividade e está celebrando as suas bodas de prata, 25 anos de existência. Inspirado nas tradicionais bandas de pífano do Nordeste, que hoje se multiplicam pelo Brasil também devido à sua influência, Malta desenvolveu uma nova leitura para a performance destas bandas, criando um som potente e único, com elementos da tradição e linguagens contemporâneas, do tribal ao urbano, criando um diálogo sem fronteiras, amalgamando essa raiz indígena/nordestina à voz original de um conjunto camerístico moderno e muito popular brasileiro.

Formado por um sexteto de músicos geniais, o grupo é aclamado na cena da música instrumental. Com 3 álbuns lançados, o Pife Muderno já se apresentou em importantes festivais pelo Brasil, como o MIMO (Mostra Internacional de Música de Olinda, 2015) e Iº Rio Montreux Jazz Festival (2019), bem como nos palcos do Carnegie Hall em Nova Iorque (2012), o Forbidden City Concert Hall, em Pequim (concerto eternizado no álbum duplo Ao vivo na China, lançado em 2015); no Celtic Connections, em Glasgow, na Escócia, e no Ground Up Festival em Miami, EUA, ambos em 2017.

Ao longo dessas quatro décadas Carlos Malta apresenta-se nas principais cenas da música instrumental, e também participou da gravação de trilhas sonoras compostas por Wagner Tiso, Caetano Veloso, Edu Lobo e Sergio Ricardo. Com Gilberto Gil tocou de 2000 a 2005, fez várias turnês europeias, gravou o CD e DVD As canções de EU TU ELE e Kaya n’gandaya. Também participou no Show do Grammy em homenagem a Gil, em Miami, 2004.

Como band líder apresentou-se na China, França, Suíça, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suécia, África do Sul, Marrocos, Japão, Venezuela, República Dominicana e em Cuba. Sua carreira tem sido plural, com participações especiais nos shows de Dave Matthews Band, Snarky Puppy, Michel Legrand, Bob Mc Ferryn, Chucho Valdéz, Roberto Carlos & Caetano Veloso no tributo a Tom Jobim, entre muitos outros.

Carlos Malta Lançou diversos Álbuns, dentre eles, O Escultor do vento (1997); Carlos Malta e Pife Muderno (1999) indicado ao Grammy Latino (2000); Tudo Coreto (2004) com o Coreto Urbano, sua banda de metais e percussões; Pimenta (2000) homenagem a Elis Regina; Pixinguinha Alma e Corpo (2000) arranjos e solos de Malta; Ponto de Bala, uma coletânea de 10 anos de carreira solo.

Desde a década de 1990 até os dias atuais participa, como professor convidado, de diversos festivais nacionais e internacionais, realizando oficinas de instrumentos de sopro, composição, arranjos e improvisação. Dentre eles, o Festival Internacional de Inverno de Ouro Preto; Festival Internacional de Inverno de Domingos Martins; Curso Internacional de Verão de Brasília; Curso Internacional de Verão de Curitiba. No exterior, como artista residente, ministrou cursos na Dinamarca (Royal Conservatory of Music-Aarhus) na França (Conservatório de Paris), e nos Estados Unidos (Berklee College of Music e Universidade de New Orleans).

Carlos Malta vem desenvolvendo um trabalho ao longo de sua trajetória junto a grupos sinfônicos. A obra sinfônica de Malta transborda a essência da natureza musical do Brasil. Os ritmos, as melodias e harmonias que inspiram esta rica paleta sonora carregam frescor e tradição. O músico considera o som orquestral a tradução do universo que soma potencialidades de diversas naturezas produzindo infinitas combinações de timbres e coloridos sonoros.

Atua como solista, compositor e orquestrador junto a importantes grupos como: Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB/RJ), Banda Sinfônica do Estado de São Paulo (SP), Amazonia Jazz Band (PA), Royal Conservatory of Music Big Band (Dinamarca), Orquestra Jazz Sinfônica (SP), Orquestra a Base de Cordas (PR), Banda Euterpe Friburguense, Orquestra Sinfônica da Paraiba (PB), Orquestra Sinfônica de Brasília (DF), Orquestra Petrobras Sinfônica (OPES/RJ), com a qual orquestrou e solou de sua autoria, Rapsódia das Rochas Cariocas, em homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá. Também já esteve sob a regência de nomes como Isaac Karabitchevsky, Roberto Minczuk, Helena Herrera, Abel Rocha,Jens Chappe Christensen, entre outros.

Ao lado da cineasta Beth Formaggini, Malta fez sua primeira aventura pelo Cinema com XINGU CARIRI CARUARU CARIOCA, lançado em 2017, um documentário musical, poético, e com uma pegada antropológica. A narrativa, que vai em busca da história da flauta e do pife pelo país, tem por guia o multinstrumentista Carlos Malta, autor da ideia original e da direção musical do filme.

Xingu Cariri Caruaru Carioca foi eleito o melhor filme no Festival INEDIT SP/Barcelona (2016), no 8º Festival In – Edit Brasil, no 10º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões e eleito melhor filme pelo júri popular na competitiva de longas do CURTA-SE.

Recentemente, o longa ganhou uma nova montagem e formato, dando origem à série Sopro, dirigida também por Beth Formagini e produzida pela 4Ventos, com exclusividade para o Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Estreou na programação Segunda da Música e foram 5 Episódios (duração média de 26 min).

Para destacar alguns trabalhos mais recentes:

  • Sesc Instrumental: Carlos Malta e Pife Muderno | Xingu Cariri Caruaru Carioca / Tupyzinho / O trem (Malta) | Inst. Sesc (2020);
  • Instrumental Sesc Brasil – Sesc Consolação, Carlos Malta e Pife Muderno 25 anos – Pife de Prata, show que celebra as “bodas de prata” do grupo (2020);
  • Jackson é 100 – Sesc Pompéia, celebração dos 100 anos de Jackson do Pandeiro, Carlos Malta e Pife Muderno com convidados especiais, Genival Lacerda, Silvério Pessoa e Almério (2019);
  • Orquestra Cesgranrio convida Carlos Malta – concerto com repertório de sua obra autoral, na Sala São Paulo (2019;
  • Dave Matthews Band – shows, México e Portugal (2018, 2019).
  • Ground Up Festival Miami – show (2017, 2019;
  • Epifania Kariri – circulação de show e gravação de DVD com Irmãos Aniceto e Marimbanda, ambos do Ceará (2018);
  • BesOuros – projeto de Fernando Moura e Carlos Malta, um tributo aos The Beatles, álbum (2017);
  • Dreamland, álbum gravado na Suécia, em parceria com Thomas Clausen, com turnê pela Europa (2018, 2019);
  • O Mar Amor – Canções de Caymmi por Carlos Malta, álbum (2018).
  • DUO + DOIS – com Duofel, Carlos Malta e Robertinho Silva, circulação do show e gravação do já consagrado álbum, Selo SESC (2019);
  • Banda Pequi, Lenine e Carlos Malta ao Vivo – Gravação de DVD com arranjos de Carlos Malta para a obra de Lenine, sob a regência de Jarbas Cavendish (2018).