O Escultor do vento

Ano: 1997
“Seu primeiro disco ‘O escultor do vento’ marca o início de sua carreira solo, sendo também uma reinserção no ambiente musical do Rio de Janeiro. Diversos convidados interpretam composições e arranjos seus, bastante pessoais e criativos, nos quais pode-se sentir a influência e o aprendizado junto a Hermeto Pascoal em uma ousadia que explora as múltiplas possibilidades da harmonia, do contraponto e mesmo dos próprios instrumentos. No arranjo para "Isso aqui o que é? Na cadência do samba" (Ari Barroso / Luiz Bandeira) gravado em seu disco de estréia, Malta marca o "sotaque" brasileiro formando a batucada do samba com seu conjunto de sopros: a flauta percutida com os dedos produz o som de um tamborim, o saxofone captado com um microfone próximo à campana faz a função de um surdo, e assim os sopros, sem serem soprados, vão construindo a batucada. Contraponto e harmonia não ficam atrás no quesito criatividade.
Esse disco já conta com um conjunto que batiza de "Coreto Urbano", no qual alia os instrumentos das bandas de retreta tradicionais a arranjos de concepção modernizante. Assim Carlos Malta se associa a um dos temas de maior tradição na composição musical no Brasil: a saber, a influência recíproca entre a modernidade musical cosmopolita e a música folclórica localista dos rincões tradicionais do país. Atuando dentro desse tema, já explorado no conjunto de Hermeto, Malta pode propor um resgate das bases étnicas que formam a música brasileira, combinando as sonoridades tradicionais das bandas de retreta dos coretos do interior do Brasil - responsáveis por uma parcela muito importante da formação de nossos músicos - com propostas mais arrojadas de arranjo e harmonia. Além de O escultor do vento, essa sonoridade pode ser ouvida principalmente em Tudo Coreto e em faixas de outros discos”. (Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural)
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa455176/carlos-malta